Mistura saudável
>> sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito. (Sl 13.6.)
No mesmo poema, o salmista briga com Deus e canta louvores ao Senhor.
Na briga, o autor do Salmo 13 pergunta sem papas na língua: “Até quando Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia? Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim?” (Sl 13.1,2).
Na adoração, o mesmo sofrido salmista confessa: “Eu porém, confio no teu amor; o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito” (Sl 13.5,6).
A briga está nos dois primeiros versos; a adoração, nos dois últimos.
Não há contradição alguma nesse poema. Na briga, o salmista abre o coração e derrama perante o Senhor a sua dor. Na adoração, ele mantém o coração aberto e derrama perante o Senhor a sua confiança.
Essa saudável mistura da briga com o louvor, do incerto com o certo, do choro com a alegria, do lado humano com o lado religioso do homem agrada muito a Deus e é saudável para quem a faz.
Se não “brigássemos” com Deus, nossa alma ficaria abarrotada demais e estouraria. Essas “brigas” são canos de descarga, pelos quais saem nossas angústias e tristezas
(1 Sm 1.16).
Se não cantássemos ao Senhor pelo bem que nos tem feito, nossa alma seria indelicada, mal-agradecida, incrédula e até mesmo perversa.
Quando vier o que é perfeito, a mistura saudável desaparecerá. A briga irá embora e somente o louvor reinará!
Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006).
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